quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"A"

 "A" porque é a letra mais comum, acho que no mundo, e se for pensar assim é tão manjada que perde a graça. Letra bobinha. Mas "A" também porque é a letra mais comum no mundo e de alguma forma, foi a que teve mais destaque e se tornou tão bonita aos ouvidos de alguém que a espalhou por toda parte. Inclusive espalhou o "A" no nome dela. Deus fez certo dês de o princípio.
  Ela era uma menina que a maioria das pessoas não prestaria atenção. Por ser quieta e fazer de tudo pra não aparecer. Cabelo sempre preso, calça jeans, tênis meio sujo, moletom e uma franja pra tampar algumas marcas na testa que, se por ventura vistas, chamariam a atenção de pessoas mais detalhista que cruzassem seu caminho, como eu.
Tudo o que me fez querer conhecê-la foi ela parecer não ter graça nenhuma. E pessoas assim são um poço de descobertas. E um poço de graça ! Com toda certeza.
E no começo ela parecia tão fria. Como alguém que só faz algo porque não tem outro jeito. Mas tudo sempre tem e ela sabia, só não se importava. E enquanto isso ela observava, o que ela ainda faz e cada vez melhor. Eu diria que é seu hobbie. Quieta e experta, só entendendo cada um. Enquanto alguns falavam demais e diziam o que ninguém deveria ou quereria saber, ela escutava e guardava pra saber quem é quem.
Mas a parte de ser "sem graça", eu logo soube que isso era truque pra afastar o tipo de gente que adora chegar animada pra sugar o que tem de bom em você, não repor e depois descartar, porque com esse tipo de gente eu também usava (uso) esse truque astuto. Pessoas que te tratam exatamente como um produto. Universo de publicitários com alto índice de ego. Pra esses eu prefiro não ter graça e se possível, soar sem som e me tornar uma paisagem invisível. Agora fazemos isso juntas e com toda certeza, somos boas.
Mas ao começar a conhece-la de verdade ao ponto alto de poder mexer naquela franja e ver as marcas da testa eu descobri que o que ela queria era esconder o rosto. Que menina triste! Toda machucada.
E então, eu fui obrigada a ser a melhor pessoa que podia pra faze-la enxergar o quão melhor que eu, ela era! E pra fazer isso, eu tive que confiar, ouvir, falar e nunca, jamais, julga-la.
E o "eu" que de mim foi obrigatoriamente aflorado numa missão de salvamento, era tão bonito que também me salvou e decidi ficar com ele.
E hoje, tão mais bonita por dentro e por fora, ela se tornou o meu radar de "sinceridade". Quando ela diz que é, é. Não porque ela falou mas porque nela tem verdade e ela enxerga a realidade tão bem, que não tem como não ser. E quando ela me olha, fria, e diz - como disse hoje após uma conversa forçada que joguei fora - "Seja honesta", por um segundo dói e depois descubro que preciso melhorar.
Uma menina que passa desapercebida no meio da rua. Quantas assim? Azar de quem pensa que são apenas mais umas bobinhas. Enquanto os "espertos" julgam, elas mudam a vida dos loucos que as tentam decifrar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Duas pessoas.

Engraçado como uma noticia ruim toma o lugar de uma boa em um piscar de olhos. Tristemente engraçado. Engraçado como essas coisas da vida que são extremamente absurdas e não dá pra mexer um pauzinho, por isso, a gente ri. Sem mais opção, a gente acha graça. Uma graça vazia...
As vezes nos prometemos que "nada pode estragar nossos dia" e então, algo acontece e entristece seu coração. E mesmo seu cérebro lutando contra ele e dizendo que aquilo foi apenas um nada, seu coração sente tanto.
Quem nunca? 
Pois então ; Engraçado.
Duas pessoas. Uma de muito longe e outra indipensavelmente de perto. Ambas extremamente importantes.
A de longe vive em outra cidade, outro país e por lá, fala outra lingua. Nos conhecemos a anos e gosto especialmente dela por simplesmente, após anos estando longe, continuar a mesma.
A de perto conheço por volta de 1 ano e uns 7 meses. Em apenas 1 ano se tornou absurdamente próxima. Uma confidente, uma melhor amiga. E nos 7 meses restantes, quem ela é mesmo?
A de longe em Setembro vem me ver. A de perto anda longe e cada vez se afasta mais. 
Como pode? Mudar tão rápido e esquecer de tudo quando nem pra longe ela foi. Saiu do meu lado por pouco e por pouco menos já estava se escondendo de mim, virando alguém que ela mesma sabe que não deveria ser. E hoje guarda segredos, trocou de amigos, mudou de roupa e de jeito de andar. Agora anda torta. E a pobrezinha pensa que subiu em saltos e começou a desfilar. Mas a gente vê que na verdade ela caiu da passarela.  
A de longe tão perfeita, vem até me ver ! E quem toma a maior parte do texto é a amiga que foi embora. 
Culpa do coração, não é? Porque o cérebro simplesmente esqueceria os problemas. 
Mas eu gosto tanto de acreditar que tudo é bom e se ficar ruim pode de novo melhorar e melhorar...
Não sei se é falta de maturidade, mas prefiro continuar assim porque dizem que fruta madura demais se estraga. 
A saudade da de longe vai sumir em Setemebro. E a amiga de per.. Cadê ela? Que saudade! 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Bi, Isa, Bá e eu.

Já estava na hora de escrever alguma coisa pra vocês que fosse finalmente publicável. Porque nossas coisas engraçadas, convenhamos, só tem graça pra nós. Somos todas babacas ao mesmo nível. E vendo por esse  ponto, tivemos sorte de nos encontrar.
Ah, as vezes meu coração quase explode de tanta saudade. Principalmente quando as coisas começam a ficar confusas, amargas e problemáticas e eu me lembro o quão lindamente bagunçadas elas eram com vocês.
Escola nunca foi o meu lugar preferido, muito menos aquela "cidade do interior" mas eu juro que não me importava de estar nesses lugares desde que estivesse junto de vocês. E se não estávamos no nosso quarteto fantástico, se apenas uma de nós faltasse, ele não estaria preparado pra enfrentar todos aqueles idiotas e sorrir pra eles dizendo que não nos importávamos com suas frescuras.
Imaginem como vejo tudo isso hoje, sem nenhuma das 3.
E eu sei, que mesmo as coisas estando suficientemente boas, na medida do possível, pra todas nós, não importa com quem estivermos; alguma hora, em algum detalhe, vamos sentir a falta uma da outra. Aquela amizade, mesmo que por pouco tempo, foi tão sincera. E não se esquece de coisas assim. Nunca se esquece.
Houve dias nesse ano que eu precisava chegar naquele lugar, sentar perto de alguém e contar sobre a minha vida. Contar e chorar e ouvir e sorrir. Ou alguém com que eu precisasse compartilhar um abraço daqueles apertados em qualquer hora incomum. Eu sinto falta até de quando eu precisava ficar com vergonha.
Nunca entendi porque Deus quis que as coisas mudassem tão rápido e nem dos deu um tempo suficiente pra se despedir direito. Com lagrimas, abraços, promessas e a frase "eu odeio despedidas".
Eu não perdi vocês, eu sei disso. Nenhuma de nós perdeu uma a outra. Mas a gente perdeu o dia-a-dia e ganhou a saudade. Uma triste troca.
Embora agora, quando surge uma oportunidade de encontro, aprendemos a aproveitar o tempo. Não há mais desperdício dele. Há um super aproveitamento e é feito um estoque da gente no meu coração porque eu nunca sei quando vai dar pra gente se ver de novo.
Mas obrigada. Vocês existirem já é um grande sucesso. E eu conhecer vocês, ou nós quatro, é um privilégio.